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Amantikira

  • Foto do escritor: Carlos Formigari
    Carlos Formigari
  • 4 de abr.
  • 2 min de leitura

Sempre quis fazer uma música com melodia e letra. Já tinha feito algumas letras anteriormente, desde meus tempos de moleque, e uma vez fiz uma melodia, assim que aprendi tocar viola. No mês passado me peguei resmungando uma melodia (faço isso de vez em quando), muito provavelmente inspirado pelas canções de Almir Sater e Renato Teixeira, e resolvi aprimorá-la e escrever uma letra, em homenagem à Reserva Amantikira e à majestosa Serra da Mantiqueira, com suas inúmeras nascentes que nutrem os estados da região Sudeste do Brasil. Quis celebrar essa terra fértil e generosa, onde a água brota em abundância e alimenta tantas vidas.


Na letra, escolhi retratar a jaguatirica como "onça arredia", uma tradução poética que criei a partir do tupi-guarani, a principal lingua dos nossos indígenas e que se insere tanto na vida dos brasileiros, cujo significado é “fera que se afasta”. Essa escolha não foi por acaso. A jaguatirica é uma das espécies em risco que habitam a Reserva Amantikira, e sua natureza esquiva representa, para mim, a delicadeza e a necessidade de proteção da nossa fauna.


Amantikira, também do tupi-guarani, Amana (chuva) Tikira (gota). Para o poeta, Serra que Chora.


Também fiz questão de mencionar um dos inúmero rios que nascem em Sapucaí-Mirim e percorrem o sul de Minas, São Paulo e até o sul do Brasil, onde deságuam no Atlântico, na divisa entre o Uruguai e a Argentina. O Rio Jaguari, o maior deles, tem suas origens em Sapucaí-Mirim e desce em direção a São Paulo, abastecendo o Sistema Cantareira. De lá, segue rumo à região de Campinas, onde se encontra com o Rio Atibaia, na tríplice divisa entre Limeira, Americana e Cosmópolis, formando o Rio Piracicaba.


E, olha só como tudo é magia: Limeira é a minha cidade natal. É como se, de alguma forma, essas águas também corressem pelas minhas veias, conectando minha história pessoal à história dessa terra tão rica e diversa.


Uma das nascentes da Reserva Amantikira
Uma das nascentes da Reserva Amantikira


Amantikira

Música de Carlos Formigari

 

Na serra tão velha de linhas serenas,

O vento sussurra canções tão pequenas,

No choro da terra, nascente se faz,

Trazendo o alento das Minas Gerais.


Na névoa que dança entre as araucárias,

A mata se estende em cores tão várias,

A onça arredia se esconde em beleza,

É esse o mistério da natureza.


Amantikira, serra que chora, num canto profundo,

Rios que descem e amores florescem,

Trilhas que mostram um caminho pro mundo.


Amantikira, serra que chora, num canto profundo,

Rios que descem e amores florescem,

Trilhas que mostram um caminho pro mundo.


Em Limeira criança, é Piracicaba,

Depois Tietê, Paraná não acaba,

No Prata adornando, Argentina e Uruguai,

Sussurrando ao Atlântico seu doce "uai".

 

Amantikira, serra que chora, num canto profundo,

Rios que descem e amores florescem,

Trilhas que mostram um caminho pro mundo.




 
 
 

1 comentário


isabella formigari
isabella formigari
09 de mar.

Maravilhosooooo!!!!!

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